Médicos alertam para os riscos da fumaça na saúde humana
Fumaça gerada por lixo, pneus e materiais orgânicos é tóxica para as pessoas

Muitos moradores de Belém e Ananindeua relataram, nas redes sociais, incômodo pela fumaça registrada na manhã desta quarta-feira (10), que possivelmente foi causada pelo incêndio no Aterro do Aurá, antigo lixão de Belém. O pneumologista José Antonio Cordero, de Belém, aponta que o tipo de poluição pode gerar falta de ar em casos mais graves, e que crianças e idosos são mais vulneráveis ao problema.
Dentre os prejuízos para a saúde humana, estão a irritação nos olhos, tosse, irritação da garganta, chiado no peito e, em casos mais graves, a falta de ar. “Essa fumaça é dez vezes mais prejudicial para portadores de doença pulmonar, como asma, enfisema pulmonar, bronquite crônica e fibrose pulmonar, porque eles têm uma perda pulmonar. As crianças e idosos podem desenvolver o quadro inflamatório do brônquio, há um aumento de pessoas com bronquite por causa disso. Crianças de 0 a 7 anos, e pessoas idosas a partir dos 60 anos são mais vulneráveis, porque a fumaça contém elementos tóxicos, e nocivos para respiração”, alerta.
“O homem não vive sem respirar”, destaca. “Ficar por um período de doze horas inspirando substâncias nocivas, com certeza o organismo do indivíduo vai se sentir agredido”, aponta.
Para minimizar os impactos, a população deve deixar os ambientes abertos e arejados, tomar bastante água e lavar o rosto, além de procurar as autoridades para que as causas da fumaça sejam investigadas.
Impactos na saúde ocular
A fumaça pode ter um caráter irritativo e provocar desconforto nos olhos. Ardência e lacrimejamento são alguns dos sintomas, que, de início, não levam a problemas mais sérios como uma baixa de visão, mas podem suscitar processos inflamatórios. “Pode levar a um quadro de conjuntivite, em virtude do processo irritativo, lacrimejamento, onde seja até mesmo necessário a utilização de colírios anti-inflamatórios”, afirma o oftalmologista Lauro Barata.
O ideal é evitar qualquer tipo de exposição à fumaça. Caso seja inevitável, a recomendação do médico é o uso de um colírio lubrificante, prescrito por oftalmologista. “Caso o desconforto persista, deve-se procurar um oftalmologista para que seja feita a análise do quadro da paciente, e também verificar se existe algum tipo de alteração ou processos infecciosos ou inflamatórios”, destaca Lauro.
O que fazer em caso de fumaça intensa no ar
1. Beba mais água
A hidratação é essencial. Aumentar a ingestão de água e outros líquidos ajuda a manter as vias respiratórias úmidas, o que oferece mais proteção contra a ação das partículas suspensas no ar.
2. Evite sair de casa
Reduza ao máximo o tempo de exposição à fumaça. Se possível, permaneça em ambientes fechados, com boa ventilação, ar-condicionado ou purificadores de ar.
3. Mantenha portas e janelas fechadas
Durante os períodos de maior concentração de fumaça, mantenha sua casa fechada para reduzir a entrada de poluentes vindos de fora.
4. Evite atividades físicas ao ar livre
A prática de exercícios ao ar livre deve ser evitada, especialmente entre 12h e 16h, quando a concentração de ozônio tende a ser mais elevada.
5. Use máscaras adequadas
Máscaras comuns (como as cirúrgicas, de pano ou lenços) ajudam a reduzir a exposição às partículas maiores. Já as máscaras do tipo N95, PFF2 ou P100 são mais eficazes contra partículas finas e devem ser preferidas por quem precisa sair de casa
Fonte: Ministério da Saúde
*Ayla Ferreira, estagiária de Jornalismo, sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do Núcleo de Atualidade.
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