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Aliados de Bolsonaro abrem nova frente da 'guerra do Pix' contra governo após decisão do BC

O tema da vez é a decisão do Banco Central de excluir chaves Pix de pessoas que estão com situação irregular na Receita Federal

Gabriel de Sousa/Estadão Conteúdo
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A oposição ao governo do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, abriu uma nova frente de ataques ao Planalto utilizando como mote as transferências via Pix. O tema da vez é a decisão do Banco Central (BC) de excluir chaves Pix de pessoas que estão com situação irregular na Receita Federal.

A decisão do BC foi autônoma, mas os opositores a Lula usaram as redes sociais para atribuir a medida à equipe econômica do governo.

Segundo o banco, a medida busca garantir que nomes de pessoas e empresas vinculadas a chaves Pix estejam em conformidade com as bases da Receita, para coibir fraudes.

Nas postagens na quinta-feira, 6, aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) voltaram a endossar que a medida - assim como a fiscalização idealizada pela equipe econômica em janeiro - busca atingir trabalhadores que usam o mecanismo de transferência.

Aliados de Lula tentam impedir que a narrativa atinja os patamares da crise anterior, quando a oposição, liderada pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), fez o Planalto recuar de medidas que buscavam aprimorar a fiscalização do Pix.

Sem citar a medida, anunciada pelo BC nesta quinta, Bolsonaro publicou no X (antigo Twitter) uma frase irônica: "Já fez seu Pix hoje?".

O filho dele, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), fez uma crítica direta e citou a medida do BC, atribuindo a autoria ao governo federal. "O governo Lula não se cansa nunca. Mais uma vez com medidas e arapucas para atrapalhar a vida do trabalhador", disse.

Responsável por liderar a oposição durante a crise do Pix, com um vídeo que relacionava as medidas de fiscalização a supostas novas taxas com mais de 320 milhões de visualizações no Instagram, Nikolas Ferreira disse no X: "E lá vamos nós novamente."

O deputado federal Maurício Marcon (Podemos-RS) foi outro que atribuiu a medida autônoma do BC com o governo Lula: "O PT além de não criar nada de bom, ainda destrói o que outros criaram e deu certo."

O ex-ministro da Saúde e deputado federal Eduardo Pazuello (PL-RJ) sugeriu que a medida do BC vai fazer com que trabalhadores que possuem "pendências na Receita" sejam "expulsos da economia".

Pazuello foi além e disse que, futuramente, haverá "coerção" baseada em religião e opinião política. "Alegam 'segurança', mas é pura coerção. Hoje é o F, amanhã a sua conta. E depois? Religião, opinião política. Situação extremamente perigosa para pagador de impostos que está ando por dificuldades financeiras. Na prática, o governo está fechando o cerco. E não é para benefício da população", afirmou.

Reação da base aliada

A base aliada de Lula reagiu às postagens da oposição e endossou que as postagens buscam reviver as "fake news" sobre o Pix difundidas no início do ano.

Também pelo X, a nova ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, afirmou que os aliados de Bolsonaro prestam "um desserviço ao país e ao povo escalando mentiras".

"O objetivo é combater o crime organizado e a prática de golpes na internet. A oposição presta um desserviço ao país e ao povo escalando mentiras sobre a medida", afirmou Gleisi.

Outro aliado de Lula que se posicionou foi o deputado federal Daniel Almeida (PCdoB-BA), que disse que a oposição "mais uma vez tenta jogar contra quem tem honestidade". "Estão atribuindo ao governo Lula as novas regras para uso do Pix, que nada tem a ver com pessoas e empresas que estão devendo à Receita Federal", afirmou.

Quando as primeiras postagens da oposição questionando a medida foram difundidas, o chefe-adjunto do Departamento de Competição e de Estrutura do Mercado Financeiro do BC, Breno Santana Lobo, afirmou que as novas regras de segurança para o Pix servem para combater fraudes e não para restringir o o ao meio de pagamento.

Lobo ressaltou ainda que os bancos só deverão excluir as chaves Pix se houver evidência de fraude. Caso não sigam as novas regras, essas instituições estarão sujeitas a penalidades, como multas.

"Essa medida é para a gente combater a fraude. Não é uma medida para a gente limitar o uso do Pix pelas pessoas. Então, não tem nada a ver com a situação fiscal da pessoa. Se a pessoa está pagando imposto, não está pagando imposto. Isso não tem nada a ver com o uso do Pix. O que a gente não quer é que pessoas mortas usem o Pix. Pessoas que cometeram fraudes na inscrição do F e pessoas com algum problema cadastral e não com problema fiscal na base de F, de CNPJ, que isso vale para a empresa também, na Receita Federal, continuam usando o Pix. Então é uma medida bem focada no combate à fraude. Não tem absolutamente nada a ver com restringir o uso do Pix pelas pessoas", disse ele

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